clima seducao rhinellaUns são coloridos, maiores que as fêmeas, brandem “armas” e defendem territórios a todo custo; outros têm cores discretas, são muito parecidos com as parceiras e não perdem tempo em brigas por espaço – vão direto ao ponto quando chega a hora de se reproduzir. Com algumas variações, esses dois perfis são usados para explicar o comportamento sexual de machos de várias espécies. Generalizando (o que nem sempre corresponde à realidade), os primeiros seriam os habitantes dos trópicos, e os segundos, das regiões temperadas. O que essa dicotomia não leva em conta é que em regiões tão distintas como a Caatinga brasileira e os Alpes europeus – tropical e temperada, respectivamente – há características semelhantes a ponto de abrigar espécies com comportamentos sexuais parecidos. Em teoria proposta por pesquisadores como Glauco Machado, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), o que define o comportamento sexual das espécies não é apenas a temperatura e a umidade, mas a estabilidade do clima: a duração do período em que esses parâmetros são ideais para a atividade de animais e plantas e, portanto, para a reprodução. 

abelha polinizacaoQuando Marília Palumbo Gaiarsa pensa em comunidades biológicas, ela enxerga pontos e traços. É assim que os ecólogos modelam as relações entre os seres vivos, com pontos que simbolizam espécies e traços entre os pontos, representando interações entre espécies. Dessa forma, as comunidades biológicas viram redes, e assim é fácil perceber que o que acontece com cada uma das espécies pode ter consequências para todas as outras da rede.

Foi precisamente pelo estudo de como os impactos sobre as espécies se propagam pelas redes ecológicas de que fazem parte que Marília Palumbo Gaiarsa recebeu o Prêmio Tese Destaque USP 2018 na área de Ciências Biológicas. Em longo prazo, seus achados podem ajudar no desenvolvimento de políticas de conservação.

labtrop plantio

Quando pensamos em áreas degradadas que estão em processo de restauração, o primeiro modelo de plantio que vem à mente é o de fileiras de mudas separadas entre si por uma distância padrão. O princípio ecológico que baseia esse modelo é o de que plantas muito próximas competem entre si por recursos como água e nutientes, prejudicando o desempenho dos indivíduos envolvidos. No entanto, nem sempre a proximidade traz efeitos negativos para as plantas. 

A alta mortalidade de mudas nos sistemas tradicionais de plantio pode ser reduzida com um modelo alternativo, em que as plantas são distribuídas em núcleos de indivíduos, nos quais espécies pioneiras e não-pioneiras são plantadas próximas entre si de modo intercalado. Os resultados são de um estudo realizado em Caraguatatuba (SP) pelo Laboratório de Ecologia de Florestas Tropicais (Labtrop), do Instituto de Biociências da USP. O projeto foi coordenado pela professora Adriana Martini, que também orienta pelo Programa de Pós-graduação em Ecologia. 


Este é um guia de sexo. Um guia não ilustrado, infelizmente. Mas é definitivamente um guia de sexo. E não se trata daqueles guias tradicionais que, de tão emocionantes, nos fazem desejar do fundo de nosso estoque de gametas que pertencêssemos a uma espécie com reprodução assexuada. Não. Deixaremos o jargão detalhista para dissertações e aulas de educação sexual das redes de ensino. Mas antes de começar, admito que este guia talvez seja mais adequado para aranhas do que para humanos. Destaco também que é muito difícil traçar paralelos entre o comportamento de humanos e de outros animais, pois somos profundamente moldados pela cultura. Mas convenhamos que, se ao buscar a cura para suas angústias, você chegou justamente aqui, nesta dissertação, não fará mal continuar a leitura. 

investigate sobrevivendo ciencia

O conhecimento tem crescido exponencialmente. Tem sido difícil para a mídia, para a escola e para todos nós identificar, selecionar e sintetizar as informações relevantes. E separar o joio do trigo é fundamental para que possamos tomar decisões e nos posicionar perante os mais diversos assuntos. Como distinguir fato de fake? Como decidir desconfiar ou confiar nas informações que chegam a nós? Saiba mais no texto escrito pela professora Daniela Scarpa para o blog Sobrevivendo na ciência.